terça-feira, 31 de maio de 2011
Deus
Falar de religião sempre é muito complicado, o estopim deste tipo de diálogo desperta várias linhas de pensamentos diferentes que se diferenciam tanto pela idologia que defendem tanto pela qualidade dos argumentos e do ponto de vista. Falar de religião sempre é muito complicado, e mais complicado ainda é confundir a religião com a filosofia da existência, pois religião é uma doutrina que busca a resposta para a existência, e como para tudo é necessário um referência, deuses foram criados, aqueles que estão acima da percepção do homem, de caráter incontestável e de poder absoluto, e pela religião não cabe ao homem contestar à vontade de um deus, pois a criação sempre estará abaixo do criador, e como tal deve se sumeter-se e aceitar sua incapacidade de decidir o que é certo ou errado, e sua obediência será sua passividade, e assim o homem deve-se manter alheio às ações de um deus, mesmo que estas, contrariem a lógica e o bom censo, pois ele é o todo poderoso, e sua sabedoria infinita é capaz de enxergar boa valia nas ações que o homem como criação jamais poderia enxergar. O tempo passou e o homem explorou sua capacidade, o homem fez muitas coisas, e fazendo muitas coisas ele se autodeterminou, passou a criar tantas coisas que passou a duvidar de sua posição de criação, consequentemente da hipótese de haver um criador. Cabe a nós avaliar as evidências, buscar o porque. Se desejamos nos posicionar filosoficamente, antes de tudos devemos buscar alternativas, observar os fenomenos que indicam pistas sobre nossa origem, exercer a reflexão sobre nossa existência, nosso objetivo, nossas perspectivas de vida. Finalmente podemos assim justificar nossa escolha, se é acreditar ou não na transcedentalidade da vida, ou não. Porque o que se observa em muitos casos, é a negação da responsilibidade, tanto para a sociedade quanto para si mesmo, há algo que eu admiro tanto em alguns religiosos como alguns Ateus, esses religiosos que colocam sua fé à prova todo momento, que interpretam uma entidade divina de uma forma bastante construtiva, baseando muito das suas escolhas nos princípios dela, projetando sua moral verdadeira e sincera sobre aquilo que é forçado e artificial. E em relação à esses ateus que acreditam no que existe de concreto, mas baseiam seus valores pelo bom censo, que tenta reagir aos estímulos da sociedade, criando uma proposta de justiça dentro de si, tornando aquilo de bom na sociedade seu próprio "Deus". Mas a triste realidade é que muitas pessoas não buscam resposta, se acomodam, e preferem seguir o que é mais cômodo, o que é mais vantajoso ,embora isso desvirtue os bons valores e a boa tradição dentro daquilo que se espera de uma pessoa correta.
Esses que enchem a boca para dizer que é "Ateu" e não tem o mínimo conhecimento sobre sua escolha, que encaram um Deus como privação de liberdade, e para elas o maior significado de liberdade sempre vai ser o erro, uma liberdade que vai além das fronteiras e acaba por tirar a liberdade de outras pessoas, pessoas que se orgulham de ser deslocadas do que é correto, que não enxergam todo o mal que fazem à elas mesmas e acabam se arrependendo, mas a vida, a vida não perdoa colega, ela cobra com juros, por isso, devemos ter um ponto de apoio, que seja um "Deus" ou que seja algo parecido, contanto que você veja que há algo maior do que você, que não somos poderosos o suficientes para nos lançar ao mundo com nossa idéia vaga de justiça, igualdade, liberdade, amor, e todos os outros valores. Deus na minha visão é um desafio, pois seria muito fácil acreditar em algo que você vê, se eu fosse um Deus e criasse vida, Desejaria que minhas criações acreditassem em mim, mas eu ia querer que elas fizessem isso por escolha própria, eu não ia aparecer no céu dizendo um "oi", para quê? Tiraria a livre escolha dos seres humanos, porque se de fato Deus existir e que eu acredito na existencia dele, provavelmente deve saber que não há maior prova de amor que acreditar em algo que nunca apareceu!
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