Era uma vez uma cidade muito rica,nada faltava aos seus habitante, mas era tão rica, mas tão rica que era autosuficiente em todos os aspectos, havia um misticismo por trás disso que tinha criado um aspecto peculiar dessa cidade, grande parte do ambiente dela era vermelho: Construções, veículos(de todos os tipos), vestidos,a esmagadora maioria dos objetos,etc.
A cidade devia sua prosperidade ao uso da cor vermelha, era mais que uma tradição, as pessoas já nem consideravam superstição pois já tinham certeza de tal "poder".
Por tal cultura o povo dessa cidade julgava todas as outras cidades do mundo inferior,justamente por isso esse povo deveria ser impedido da alienação estrangeira,logo era proibido assistir tv e ter qualquer tipo de contato com outra cidade.
Certo dia um menino com os colegas, ele estava ouvindo os colegas rirem das outras cores, falando algo do tipo , "era pra tudo ser vermelho, essas outras cores não levam a nada", ao contrário de outros colegas ele admirava outras cores e imaginava como seria todas as cores unidas, apenas ouvia e concordava com tudo o que os outros colegas falavam!
O menino buscava ver a arte,mesmo nunca tendo um contato com a própria,então ele imaginou se pudesse haver algo mais além de VERMELHO, amarelo e preto(além das cores naturais do ser humano) que eram as únicas coisas que estavam disponíveis naquela cidade, então um dia ele adoeceu e ficou com a vida por um fio e teve que viajar pro japão para fazer um tratamento, com muito esforço o prefeito cedeu o orgulho e o deixou ir,mas o prefeito cuidou que o menino fosse lá apenas para o tratamento.Os seguranças não poderiam interferir no tratamento, e em determinado processo o médico mostrava placa de várias cores diferentes, e ele se impressionou o quanto o menino se admirou pelas novas cores, e então no final do tratamento o médico deu uma camisa colorida para o menino e este tratou de esconder muito bem escondido.
Ao chegar na cidade vermelha, o garoto percebeu que já estava perto de começar a principal festa da cidade, e por sua inocência gostaria de mostrar algo novo para o povo, provavelmente estava pensando que a população fosse ignorante e não orgulhosa e estúpida.Porém o que se viu na festa foi um total desespero,não se podia aceitar que o menino usasse tal camisa, então os pais trataram de proibir que seus filhos chegassem perto do menino, chamaram os seguranças que trataram de levá-lo para os pais e com uma carta que obrigava os pais à levar o menino à um psicólogo.
Longas horas de conversa e o menino não conseguia entender o porquê de tudo isso, e o psicólogo no mesmo papo furado de tradição, dizia que ele era um menino novo que devia se comportar como um menino normal, e que devia obedecer os pais e as regras da cidade, que eles só queriam o bem dele, e que ele era muito novo pra entender essas coisas que quando fosse adulto ele iria entender e que não fizesse isso nunca mais, de fato o menino prometeu na hora, mas até mesmo o mais idiota de todos os seres humanos conseguiria associar falta de lógica em tal absurdo, muitos aceitariam tal ordem para se manterem felizes num ambiente de ilusões onde se fabricam felicidades e momentos que não são seus, a personalidade é algo que consegue ligar a solução ao uso dela, pois sempre é mais cômodo abrir um grande e enfeitado sorriso quando na verdade tudo está errado e você no fundo sabe porque tá errado.O menino não se entregaria facilmente, pois ele não gostava de ser normal, isso o incomodava, então um dia ele se infiltrou num caminhão que carregava tinta amarela para marcar as vias de trânsito e pegou um pouco de tinta, e então ele jogou essa tinta sobre a camisa vermelha e a camisa se tornou laranja, ele adorou a cor.
Experimentou dar uma volta pela cidade e muitos de cara já achavam um absurdo e gritavam "tire essa camisa" e os poucos que duvidavam da idoneidade dos princípios morais da cidade também fazia côro junto aos milhares de alienados, talvez por comodismo, talvez por falta de personalidade, talvez pela incapacidade de pensar que a revolução começa dentro de si ou pela incapacidade de agir contra a ordem.
O Prefeito foi avisado do incidente e decidiu expulsar o menino e os pais da cidade, mas antes disso um grupo mais radical(destes que agem por impulso e se orgulham do seu senso destrutivo, baseado na insanidade deles pensarem e rotularem o bem e o mal de uma forma absolutamente estúpida, e para isso falam de che guevara, socialismo, comunismo e o diabo a 4, divergindo os ideais de uma revolução) assassinou o garoto de apenas 11 anos, isso despertou a fúria da população que acabou por assassinar o grupo revolucionário, isso criou um sentimento de revolta muito grande perante aos valores da cidade,aqueles que enxergavam uma solução finalmente passaram a usá-la, e então muitos rasgaram sua camisa vermelha, outros por acharem de tal forma absurda e desrespeitosa se revoltaram e criou-se 2 facções rivais, estourou uma guerra civil na cidade, onde muitos foram mortos e o que sobrou da cidade foi praticamente nada, finalmente a ONU decidiu por isolar a cidade e fazer dela um centro de treinamento militar.
E não era que eles estavam certos, de alguma forma a cor diferente acabou por destruir a cidade!
FIM.
1 comentários:
bem interessante e metafóricamente realista XD
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