sábado, 12 de março de 2011

Constantes e Variáveis

Bom seria se pessoas fossem como equações, que pudessemos analisá-las num gráficos, saber suas constantes e deduzir suas trajetórias. E muitas vezes tiramos conclusões precipitadas sobre elas e lá vamos nós equacionar no nosso quadro mental a melhor forma de lhe dar com essa pessoa, de tentar compreende-la, de aconselhá-la, de motivá-la. Sorrir enfim e se tornar convencido como se o mundo dela estivesse em sua mão, de repente diz: Eu te conheço. Logo a frustração se torna visível ao escutar "Não você não me conhece nem um pouco" Então seu empirismo cai diante dos seus olhos, papéis de cálculos são rasgados, equações são apagadas, então as constantes mudam, e estarão, sempre mudando. Assim é a vida, uma palco de vários tipos diferentes de shows, um circo de diversas atrações, um zoológico dos mais variados e esquisitos tipos de animais. Imagino que nossa única constante é a mudança. Não temos aparato suficiente para deduzir sonhos e objetivos de ninguém, muito menos de conseguir visualizar com precisão a escala e a dimensão dos sonhos e valores de outra pessoa, e a tarefa de compreender torna-se a mais complexa questão da humanidade, e é absurdo como nossa sociedade tenta a cada dia mais prever, equacionar e colocar o ser humano na mesma prateleira onde estão as máquinas de lavar, as estruturas de um prédio, os trilhos de um trem, as estações da petrobrás, enfim. Então basta abrir a televisão para se ter uma vaga noção do quanto a mídia tenta quantificar e qualificar tudo. A dúvida é muitas vezes um prenúncio de evoluição, nossa vida irá acabar quando tivermos a certeza do que somos, o que nos matêm aqui é a dúvida, a incerteza dos desafios, das paixões, das pessoas que convivemos. O mal é tão importante quanto o bem na formação humanística e espiritual de nossa sociedade, precisamos quebrar esteriótipos e parar com essa mania fudida de classificar as pessoas com todo respeito, ás vezes não olhamos nem 10 segundos para alguém e já chegamos tirando conclusões, espalhando boatos, disseminando a discórdia. E o que mais me incomoda é saber que o veículo mais poderoso de informação, fonte de cultura, valores e de certa forma impreencídivel para o rumo do país que é a televisão, é o que mais comete este tipo de atitude. Basta ver apenas um episódio da novela das oito, nem precisa ter noção dos episódios anteriores, mas veja apenas um episódio e saberá claramente que é do "bem" quem é do "mal". Já pararam pra pensar o quanto isso é nocivo? Já pararam pra pensar quantas pessoas foram formadas com a concepção de serem os missionários do novo mundo, muitas vezes arrogantes e donas da verdade?. E quantas pessoas formadas com a armagura de serem incorrigíveis? Quantas vítimas? Quantas iludidas num amor perfeito?  Quantos mocinhos? Quantos vilões? Quantos filhos rebeldes? Quantos nerds? Enfim, quantos esteriótipos, viu. Lamentável que tantas pessoas tornaram-se constantes, e quantas pessoas querem tornar outras constantes.Perdendo algo tão exclusivamente nosso que é a capacidade de se adaptar às circustâncias, de mudar ao longo do tempo, de misturar o bem e o mal para que possamos corrigir e sermos corrigidos, acertar bastante e aprender com os erros pra acertar mais ainda.
E tantas pessoas que se acham tão iluminadas em certo caminho, considerando o sucesso que quem já conseguiu obter o sucesso desta maneiras, sempre olhando as constantes e se esquecem do mais importante, as variáveis: As circunstâncias, os recursos, a postura adotada e o mais importantes: As pessoas. E assim as equações e os números demonstram sua capacidade de fabricar corações partidos, pessoas incompreendidas, pessoas infelizes, matam e destroem quando podem, e cada dia que se passa tenho mais certeza de que a tarefa de pensar razoavelmente é tão difícil, que é mais fácil para muitos gastar a vida inteira discriminado, do que alguns minutos tentando compreender a razão da suas vidas. Pois a vida é muito mais fácil se não tivermos que distinguir, que duvidar ou escolher.

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